terça-feira, junho 06, 2006

Quioto, a Quanto Obrigas!

Plano Nacional de Alocação de Licenças de Emissão

Indústria terá de reduzir nove por cento das emissões

As indústrias ligadas à energia, cimentos, vidro, pasta e papel, cerâmica e metal terão de reduzir as suas emissões em nove por cento, segundo o Plano Nacional de Alocação de Licenças de Emissão (PNALE), aprovado quinta-feira em Conselho de Ministros e que estará em discussão pública até 15 de Junho. Os direitos a poluir serão atribuídos gratuitamente às indústrias, mas são agora em menor número do que no período 2005-2007.

by Ana Fernandes on 05-06-2006
“Quioto”, para muitas pessoas é uma palavra que quer dizer “dores de cabeça”, e fonte de uma quase “conspiração” digna da Dan Brown por parte dos ambientalistas, que na sua “inconsciência” estariam a desprezar a economia nacional e mundial. De facto não tenho medo de “Quioto”, e só acho que foi pena não ter acontecido mais cedo.

Existem opções que os “industriais” e os “produtores de energia” (termoeléctricas) podem fazer para diminuir a sua emissão de dióxido de carbono. Existe um sem número de tecnologias e até soluções de senso comum extremamente criativas que podem fazer a diferença num mundo onde a tonelada de dióxido de carbono extra (em relação à quota anual) pode chegar aos 30€. Esperemos que os gestores usem os vários serviços de consultoria para delinearem uma estratégia para inverter a situação, ou a sua laboração será cada vez mais custosa e impopular. Uma fortíssima aposta nas energias renováveis até 2013 poderia diminuir drasticamente a nossa dependência dos hidrocarbonetos, nomeadamente se se desbloqueassem a construção de mais hidroeléctricas (por mais que "meia dúzia" de peixinhos se ressintam, as consequências do aquecimento global serão incomparavelmente mais destrutivas para o ambiente).

Em relação ao caso dos “transportes” penso que a solução passa pela acção fiscal. Taxar os transportes mais poluentes de uma forma mais agressiva, e os transportes menos poluentes de uma forma mais lasciva. Mas as diferenças têm que fazer sentido. Isto é, os novos automóveis híbridos que começam, a medo, a aparecer no mercado, devem ser consideravelmente mais baratos de adquirir do que os automóveis mais poluentes. É conveniente referir que os automóveis híbridos multiplicam a eficiência da gasolina por dois (2) em relação aos automóveis não híbridos!

Quanto à poluição “residencial” devemos cada vez mais ter isso em conta. Os nossos fogões a gás, os nossos esquentadores e os nossos aquecimentos centrais, tudo isso são fontes de emissões de gases de efeito estufa (leia-se CO2). Uma campanha nacional para fomentar a utilização de painéis solares térmicos (são diferentes dos fotovoltaicos) e incentivos fiscais seriam fortes motivos para as pessoas mudarem de paradigma de aquecimento de água. Em relação a novas habitações, fortes legislações em relação ao isolamento térmico, e instalação de painéis térmicos de raiz são uma das possibilidades de melhorar o cenário nacional.

No sector dos “serviços” devemos fazer um estudo aprofundado de quais são os que poluem, e por que meios, e quais as formas de os atacar. Os serviços de transporte terão que utilizar cada vez mais transportes menos poluentes, como híbridos ou então os caminhos de ferro. Em relação aos enormes escritórios cheios de ares-condicionados extremamente gastadores em termos eléctricos, formas de isolamento térmico eco-inteligente, bem como arquitectura ecológica são essenciais. Esqueçam os curtain-windows dos prédios de escritórios e de hotéis. São muito giros não há dúvida, mas gastam energia como tudo: no Inverno deitam energia ao lixo para o meio ambiente externo, no verão fazem do escritório uma estufa!
Dia Mundial do Ambiente

José Sócrates destaca importância de políticas ambientais para a economia

O primeiro-ministro, José Sócrates, destacou hoje, no Dia Mundial do Ambiente, a importância das políticas ambientais para fortalecer a economia do país, num dia em que caminhou com quase quatro mil crianças cerca de três quilómetros, entre Lamego e a Régua.

by Lusa on 05-06-2006

Não haja dúvidas nenhumas que uma economia eficiente ecologicamente falando é mais forte do que uma ineficiente. Para termos uma ideia, o ex-Presidente Bill Clinton está a fazer uma campanha nacional nos EUA para tentar provar à administração actual (George W. Bush) que é fundamental uma nova política energética e a assinatura do Protocolo de Quioto. Como já postei aqui anteriormente os Republicanos (com maioria no Senado e na Câmara dos Representantes) já deram autorização ao Secretário da Energia para lançar um concurso com vista à resolução dos problemas de armazenamento e produção do hidrogénio como combustível automóvel. Um passo de gigante para estes conservadores.
Custos de milhões de dólares

Pequim prevê agravamento da poluição na China

A poluição do ambiente agravou-se na China e seguirá essa tendência, com perdas económicas na ordem dos milhões de dólares, alertou hoje o Governo de Pequim, para marcar o Dia Mundial do Ambiente.

by AFP on 05-06-2006
Mas se na Europa, no Japão e nos restantes países que ratificaram Quioto, a inversão da poluição para os níveis de 1990 parece alcançável até 2013, já na China, na Rússia, na Índia e no Brasil (os “BRIC”, da esquerda para a direita por ordem crescente de importância), não passa de uma mera ilusão. Especialmente na China em que a poluição é de tal forma visível que muitas pessoas sofrem já de problemas de saúde crónicos. Além disso a desflorestação, o uso abusivo dos terrenos aráveis, a poluição dos principais rios e da costa dos pacífico (onde se concentra a maioria dos chineses) é de tal ordem que já se calcula que os custos em saúde com a poluição possam atingir os 10% do PIB.