quinta-feira, janeiro 11, 2007

Política

Já li há algum tempo o “Tratado da Política” de Aristóteles. Gostei de ler o meu primeiro clássico. Já vou no segundo agora.

“Considerado por alguns como o maior pensador de todos os tempos, Aristóteles nasceu no ano de 385 a.C., em Estagiros, pequena cidade da Trácia, fundada por colonos gregos. Nicómaco, seu pai, era médico pessoal do rei Amintas II e consideravam-no como um dos homens mais sábios e cultos da sua profissão. É natural que Aristóteles dele tenha herdado não apenas alguns conhecimentos de medicina, mas também o gosto pela observação directa das coisas que evidencia nas suas obras. Seguiu em Atenas as lições de Platão na Academia. Afastou-se no entanto do mestre para seguir o seu próprio caminho. Ficou célebre a frase que se lhe atribui a justificar a ruptura: «Sou amigo de Platão, mas mais ainda da verdade.» Aliás, quando, mais tarde, já preceptor de Alexandre, foi por este interrogado sobre quem tinham sido os seus mestres, pôde responder com certo orgulho: «Foram as próprias coisas que me instruíram e nunca me ensinaram a mentir.» É enorme a obra que nos legou e em que se condensa praticamente todo o saber humano do seu tempo. Ao analisá-la, não podemos de deixar de ficar impressionados com a vastidão enciclopédica dos seus conhecimentos, com o seu rigor lógico e a sua profundidade metafísica, que fizeram que os historiadores da cultura pudessem falar de um “milagre grego”. Tratado da Política é uma das obras que nos dão bem a medida do génio de Aristóteles, que nela não só esboça uma filosofia sistemática de Estado, mas lança também as bases daquilo a que hoje chamamos o direito constitucional, encarado já nos seus vários aspectos: histórico, nacional, geral e comparado.”