domingo, dezembro 12, 2004

‘To Write’ or ‘Not to Write’?!

Há uns dias atrás tive uma discussão, digamos, uma conversa, com uma amiga minha do curso que me perguntou como é que eu tinha a ‘coragem’ de escrever coisas aparentemente demasiado íntimas neste blog… Confesso que já me tinham assaltado estas dúvidas sobre a transparência, a falta dela, o excesso dela e o q.b. de transparência compatível com a necessidade que tenho de ter os meus próprios “segredos” e o ao mesmo tempo a necessidade compulsiva de falar de certos problemas meus, mais prementes e que me afligem a existência do dia a dia. O equilíbrio entre “falar demais” e “não falar de nada” é algo que encaro com naturalidade, afinal de contas fazemos isso todos nós e todos os dias nas conversas com os nossos pais, com os nossos irmãos, com os nossos amigos, com o nosso namorado ou a nossa namorada, com os nossos professores, etc. Penso que o mesmo se aplica aqui no blog. Aqui não podemos negar que não dissemos, e se quisermos ser fidedignos connosco mesmos não podemos ‘fazer batota’ e apagar certos posts que porventura nos tenhamos arrependido de ter escrito. Não acredito que o pensamento das pessoas seja estático e, como tal, penso que o perigo de dar opiniões sobre coisas em relação às quais mais tarde venhamos a mudar de opinião não é uma catástrofe, é apenas um percurso pessoal de auto-conhecimento e crescimento que, como é natural, implica pontos de mudanças de personalidade e redefinições cognitivas acerca de posições ou situações previamente tomadas ou defendidas. Estas mudanças de paradigma de certa forma são o melhor argumento para optar por escrever em vez de guardar – in my already troubled mind – muitos dos meus receios, medos, dúvidas, indefinições e dificuldades.

‘To Write’. Indeed!