sexta-feira, maio 20, 2005

Amores e Desamores…

Não sei o que se passa com as pessoas neste mês de Maio mas parece que decidiram todos que é um mês bestial para acabarem a sua relação amorosa e noutras situações para recomeçarem uma relação aparentemente moribunda… Tenho feito a minha parte no que respeita a apoiar os meus amigos que acabaram as suas relações, ouvindo mais do que “aconselhando” dado que não posso sentir o que sentem, não conheço os respectivos parceiros ou parceiras, não sei que “história de vida” têm e, logo, quais as suas capacidades de reacção perante situações adversas. Em todas as situações a sensação de solidão, vazio, significado de viver, histórias e sonhos de casal destruídos e a sensação de segurança que tinham deixou simplesmente de existir. Olhos vazios, corações despedaçados, sonhos desfeitos, realidades de repente cruas e duras visíveis à luz do dia… a paixão imortal, o amor eterno, a vida conjunta para o resto dos seus dias… heterossexuais e homossexuais, todos sofrem e padecem dos males do coração da mesma forma, com a mesma humanidade e, de repente sinto o que há muito sabia, que homossexualidade = heterossexualidade = bissexualidade = AMOR, e nada mais do que isso. Impressionante… que quer seja “ele” ou “ela”, a diferença das reacções, do desespero, da falta de concentração e a falta de motivação para “simplesmente” (porque é tudo menos simples) “viver” o quotidiano “como era dantes”, tem a mesma expressão em ambas as situações.

Neste momento só lhes posso mesmo dar esperanças de que é possível viver sem alguém ao nosso lado. É fácil? Não! Nem por sombras. Faço-o contudo desde há 1 ano e 3 meses e estou a aguentar. Há crises. Há desesperos. Há por vezes pânico, pessimismo, desesperança, apatia… A tentação de desistir aos nossos próprios valores morais e éticos é forte. O pensamento sombrio da morte também vagueia errante pelas estradas sinuosas e obscuras de uma mente abandonada pelo coração, pelo amor e pela esperança de sermos algum dia felizes… Mas aqui estou eu. Sobrevivi a todas as privações e tentações, prossegui (com algumas quedas… pedagógicas) a minha vida, estou, a cada dia que passa, mais equilibrado e certo do que quero, os cenários negros do futuro foram substituídos por outros mais simpáticos… Afinal começo a ver a luz ao fundo do túnel e sou suficientemente forte para enfrentar as adversidades com serenidade e sentido de rectidão e princípios éticos e morais laicos. Tal com no Star Wars, e como diz o meu maior mentor, Master Yoda, “Fear is a path to the Dark Side…”, “Fear leads to anger, anger leads to hate, hate leads to suffering…”. Não devemos ter medo de perder quem amamos, medo de estarmos “sozinhos”, medo de um futuro “solitário”… porque além de esta linha de pensamento e de sentimentos levar inevitavelmente ao sofrimento, na maior parte das vezes ninguém é insubstituível e a solidão é mais psicológica do que real. Eu neste momento estou bastante bem como estou: sem um namorado. Tenho projectos e responsabilidades, tanto pessoais como profissionais e, como diria Master Yoda,Things are in motion…”, é pois uma questão de tempo para que um a seguir ao outro se venham a concretizar. Lets time do its job then!