sexta-feira, setembro 29, 2006

Savater no seu melhor...

Li - acabei mesmo há momentos - um livro de Fernando Savater, escritor espanhol, que me influenciou e agradou muito. Segundo vem escrito no próprio livro, «Fernando Savater nasceu em San Sebastián em 1947. Catedrático de Ética na Universidade Complutense de Madrid, é autor de uma vasta obra que abarca o ensaio, a narrativa e o teatro. Entre outros galardões, recebeu o Prémio Francisco Cerecedo da Associação de Jornalistas Europeus e o Prémio Sakharov de Direitos Humanos. Fernando Savater é um dos pensadores mais destacados de Espanha e tem vindo a ganhar grande popularidade no mundo inteiro.»

O título do livro é simples e muito conhecido: «Ética para Um Jovem».
«Nada menos supérfluo do que ensinar as opções e os valores da liberdade se queremos educar seres humanos livres. Mas como falar de ética aos adolescentes, sem incorrer na simples crónica das ideias morais ou no doutrinamento casuístico sobre questões práticas? Pensado e escrito para ser lido por adolescentes, Ética para Um Jovem explica, numa linguagem clara, profunda e ao mesmo tempo divertida, do que trata a Ética e de como a podemos aplicar à nossa vida quotidiana para tentarmos viver da melhor maneira possível connosco e com os outros. Um livro que convida o leitor a reflectir e a colocar novas questões sobre a liberdade de escolha, a responsabilidade, o valor da amizade, o amor, o respeito, a posse, o poder. Com exemplos ilustrativos que vão dos clássicos gregos a Citizen Kane, cada capítulo finaliza com citações de escritores como Erich Fromm, Martin Buber, Daniel Dafoe e Octavio Paz. Um livro indispensável tanto para jovens como para pais e professores.»
Aliás, vem-me à memória umas quantas pessoas a quem eu gostaria de oferecer uma cópia, talvez lhes fizesse bem!

terça-feira, setembro 26, 2006

ROMA

Acabei há momentos de ler um esplêndido livro de História denominado «A Queda de Roma e o Fim da Civilização», de Bryan Ward-Perkins e editado pela Alêtheia Editores. Foi realmente empolgante (para quem tem este vício de historiador) ler esta obra e em especial a confrontação final entre o autor, que pertence à “facção” dos “catastrofistas”, e a “facção” americano-germânica que apoia a tese “continuista”. Ao que parece há uma acérrima discussão entre historiadores sobre como se processou a queda do Império Romano, e enquanto no passado é verdade que os factos podem ter sido propositadamente pintados de negro - o negro da “Idade das Trevas” que se lhe seguiu - outros, mais recentes, querem pintar as coisas de um cor-de-rosa romantizado, como se as invasões germânicas tivessem sido nada mais do que um piquenique “bárbaro” em terras imperiais acordado por ambas as partes!

As capas lêem:
«Porque caiu o Império Romano?

Atrozes invasões bárbaras durante o século V destruíram o todo-poderoso império romano e a sua civilização com séculos de existência, seguindo-se uma «idade das trevas» para os povos do Ocidente. Será que afinal não foi isso que aconteceu? A opinião dominante hoje em dia é que a «queda de Roma» foi uma transição largamente pacífica para o domínio germânico, no âmbito de um período de transformação cultural positiva.

Bryan Ward-Perkins encoraja todos os leitores a repensar esta questão ao recordar o drama e a violência dos últimos dias do mundo romano e ao realçar as dificuldades muito reais que os povos do império enfrentaram quando tiveram de se adaptar ao domínio germânico. Explorando uma variedade de fontes contemporâneas e testemunhos arqueológicos, analisa quer as razões para a desintegração do mundo romano quer as consequências da derrota para a vida dos vulgares romanos, numa sociedade onde os padrões de vida entraram em colapso, decaindo para níveis mesmo pré-históricos.»
Bryan Ward-Perkins é membro do corpo directivo do Trinity College, Oxford. Nascido e criado em Roma, desenvolveu extensas escavações em Itália, sobretudo em sítios do período pós-romano imediato. O seu interesse principal reside na combinação de testemunhos históricos e arqueológicos e na compreensão da transição do período romano para o período pós-romano. Co-editor da obra The Cambridge Ancient History, vol. XIV, publicou, entre outras obras, From Classical Antiquity to the Middle Ages.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Leituras 4 - O Cubo e a Catedral

O livro que li mais recentemente foi «O Cubo e a Catedral - A Europa, A América e A Política Sem Deus», de George Weigel, da Alêtheia Editores. É um livro interessante que se tem que ler com o espírito aberto, em especial por um europeu ocidental como eu, dada a temática bastante crítica da sociedade europeia. É uma obra que oscila entre ser filosófica, política ou até teológica. Tenho que dar os parabéns ao autor por me colocar a pensar em variadíssimas questões que até então não me passavam pela cabeça, mas fiquei igualmente irritado com as preocupações que me deixou e a sensação da fragilidade civilizacional em que vivemos. Como é natural o autor e eu divergimos em muitos aspectos e concordamos noutros.

Sem mais rodeios transcrevo os pequenos textos que vêm nas capa e contracapas:
«Recordando-nos que a História é vista com mais rigor através da cultura do que através da política ou da economia, Weigel traça em O Cubo e a Catedral as origens do «problema Europeu» - que se tornou evidente na I Guerra Mundial - e leva-nos ao «drama do humanismo ateu» da vida intelectual europeia do século XIX. Os líderes culturais europeus consideravam que era necessário abandonar o Deus da Bíblia para que a libertação humana fosse possível, mas o que, de facto, puseram em movimento foi um processo histórico que acabou por provocar duas guerras mundiais, três sistemas totalitários, o Gulag, Auschwitz, a Guerra Fria e, mais ameaçadoramente, o despovoamento do continente, uma ameaça maior nos nossos dias do que na época da Peste Negra. No entanto, enquanto pensadores europeus e americanos se debatem com os graves problemas causados pelo colapso moral europeu, pelo seu défice de poder e pelo seu despovoamento, muitos líderes políticos europeus continuam a insistir - mesmo recentemente, durante o debate sobre a nova Constituição Europeia - que só uma opinião pública isenta de argumentos religiosos e morais consegue garantir os direitos humanos e a democracia. Weigel sugere, precisamente, que o oposto é que é verdade: as pessoas que construíram a «catedral» ainda hoje nos falam de um compromisso para com a liberdade do povo; as do «cubo», não. A pergunta que se coloca aos Estados Unidos e a qualquer outra democracia, provocada pelo «problema europeu», é se pode haver uma verdadeira «política» - um verdadeiro debate sobre o bem comum, ou uma verdadeira defesa da liberdade - sem Deus. George Weigel defende que «não» porque, numa análise final, as sociedades e as culturas são tão grandes quanto as suas aspirações espirituais.

***

Por que razão vêem os europeus e os americanos o mundo de maneira tão diferente? Por que razão europeus e americanos têm uma noção tão diferente da democracia e dos seus descontentamentos no século XXI? Por que razão está a Europa a morrer demograficamente?

Em O Cubo e a Catedral, George Weigel oferece-nos uma crítica profunda sobre o «problema europeu», tirando dela lições para o resto do mundo democrático. Contrastando com a civilização que produziu o «rígido cubo» modernista do Grande Arco de La Défense, em Paris, com a civilização que produziu a «catedral», Notre Dame, Weigel argumenta que a ligação da Europa com o secularismo tacanho e limitado provocou uma crise civilizacional e moral que está a corroer a alma auropeia e não consegue criar um futuro para a Europa.»
George Weigel, teólogo católico e um dos mais distintos intelectuais americanos, é autor de importantes livros, entre os quais a biografia do Papa João Paulo II, The Courage To Be Catholic e Letters to a Young Catholic. Membro do Ethics and Public Policy Center de Washington D.C., Weigel é também consultor de assuntos do Vaticano na NBC News e escreve frequentemente artigos, ensaios e análises para vários periódicos. A sua coluna semanal «A Diferença Católica» aparece em jornais de todos os Estados Unidos. George Weigel vive com a mulher e a família em North Bethesda, Maryland.

Leituras 3 - Born To Be Gay

Se há livro que deveria ser obrigatório ser leccionado numa aula de História duma sociedade não-homofóbica seria «Born To Be Gay - História da Homossexualidade», de William Naphy, Edições 70. Este livro de 285 páginas oferece-nos (quer a hetero como homossexuais) uma lufada de ar fresco em relação à dieta habitual de livros homofóbicos ou tratados de “psicologia/sociologia gay”. É um livro de História da Homossexualidade e a influência que esta teve na própria história.

Uma vista de olhos no índice dá para termos uma ideia da magnitude da tarefa a que o autor se propôs:

Prólogo - Rotular as Pessoas

1 - Antes de Sodoma e Gomorra (pré-1300 a.C.): «Juntos na vida, juntos na morte

2 - O Início da Homofobia (1300-100 a.C.): «Serão punidos com a morte.»

3 - As Civilizações Clássicas e o Advento do Cristianismo (100 a.C. - 600 d.C.): «Marido de todas as mulheres e esposa de todo os homens

4 - O Encerrar das Mentes (600 d.C. - 1550 d.C.): «O emir quer ver como fico quando sou sodomizado.»

5 - A Propagação dos «Valores» Cristãos (1550-1800): «Porque os brancos achavam que era pecado.»

6 - A Colonização das Mentes (1800-2000): «Eles cresceram desde a infância ao seu modo natural.»

Conclusão - Redescobrir a Diversidade

Na sua contracapa pode ler-se:
«Desde há muito que o Ocidente dá como adquirido que a sua concepção do sexo e da sexualidade é, essencialmente, partilhada pelo resto do mundo. Contudo, nesta obra William Naphy mostra-nos que nem sempre assim foi. Muitas culturas antigas aceitavam, encorajavam até, as relações entre pessoas do mesmo sexo, fosse como ritual de entrada na adolescência ou com funções associadas ao culto, e só a ascensão do judeo-cristianismo obrigou à marginalização da homossexualidade.

Numa análise que se inicia ainda antes de Sodoma e Gomorra, e que abarca culturas de todo o mundo, o autor apresenta-nos a forma como, ao longo dos tempos, a homossexualidade era encarada por diferentes povos e culturas.»
William Naphy é professor e director no colégio de Teologia, História e Filosofia da Universidade de Aberdeen.

domingo, setembro 24, 2006

Leituras 2 - A Dinastia de Jesus

Um livro fantástico de História de li há uns meses foi o livro «A Dinastia de Jesus - A História Oculta de Jesus, da sua Família Real, e do Nascimento do Cristianismo», escrito pelo chefe do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte, o Dr. James D. Tabor, publicado pela editora A Esfera dos Livros. Este livro é, na minha opinião, bastante actual, no sentido de dar um sentido mais humano às histórias das fés religiosas, tão propensas que são para o exagero, parabolizações e alterações ritualistas posteriores à consumação dos factos, muitas vezes movidas por motivos político-sociais e não pela verdade Histórica dos mesmos. Desta forma, nos dias de hoje, onde a guerra e a paz já não se fazem por via da divergência de sistemas ideológicos, políticos ou económicos, como foi obviamente a confrontação Capitalismo vs. Comunismo, mas sim pela confrontação de diferentes Civilizações cada vez mais conotadas à Fé ancestral que as fez nascer e prosperar, esta temática está na ordem do dia. A recente batalha Ocidente vs. O Mundo Islâmico, é uma batalha Cristianismo vs. Islão, versão Século XXI. No seio desta verdade que não se ousa verbalizar (porque está fora de moda a teoria do choque de civilizações...) o conhecimento o mais completo possível das diferentes religiões em disputa (Cristianismo, Judaísmo e Islamismo) é um instrumento fundamental para o entendimento dos tempos actuais, mas também para enveredar por um caminho de combate à regressão (ou até implosão) civilizacional que cada vez mais parece ser possível no “nosso” futuro.

A contracapa deste livro excepcional lê:
«Durante uma escavação arqueológica em Israel, James D. Tabor encontrou aquilo que acredita ser o túmulo da família de Jesus. Desta descoberta nasceu este livro que oferece uma nova interpretação sobre a vida de Jesus, a sua família e as origens do cristianismo.

Baseado numa análise cuidada de documentos históricos e em descobertas arqueológicas, esta surpreendente, controversa e original obra, aproxima o leitor da figura histórica de Jesus, apresentado de forma bem diferente pelo dogma religioso.

James D. Tabor acredita que Jesus foi o primeiro filho de uma família real, composta por quatro irmãos e duas irmãs, descendente do Rei David de Israel. Em vez de estabelecer uma nova religião, Jesus estabeleceu uma família real, em vez de fundador de uma Igreja, Jesus tinha como objectivo reclamar o trono de Israel. Pouco antes de morrer, Jesus estabeleceu um Governo regional com doze oficiais regionais, correspondente às doze tribos ou distritos de Israel. Depois de ter sido crucificado pelos romanos, o seu irmão mais novo, Tiago foi encarregue de liderar o movimento do cristianismo. Quando este faleceu passou o testemunho a Simão, segundo irmão de Jesus, que governou durante 45 anos.

Todos estes factos, que sobrevivem ainda hoje no Novo Testamento, foram claramente esquecidos ou ocultados pela Igreja. Todos ouvimos falar de Pedro, Paulo e João, mas Tiago e a restante família de Jesus foram apagados da memória cristã. É esta a história crítica e alternativa que James D. Tabor nos apresenta aqui.»
James D. Tabor é director do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade de Carolina do Norte, Charlotte, com um doutoramento em estudos bíblicos pela Universidade de Chicago. Especialista nas origens do cristianismo, estuda há mais de 30 anos esta área e realiza escavações arqueológicas em Israel. Autor de várias obras, colabora frequentemente com vários órgãos de comunicação social.

Leituras 1 - Vencendo o Medo

Há bastante tempo que não escrevo aqui alguma coisa sobre as minhas mais recentes leituras. Isso não quer dizer contudo que não tenha lido nada. Quer apenas dizer que os factos da vida me impossibilitaram de estar presente neste espaço, tanto quanto gostaria.

Já há alguns meses atrás li um livro muito bom e esclarecedor, especialmente simples de ler na sua forma e estilo, de uma psicóloga de Washington, Jerilyn Ross, com o título «Vencendo o Medo», e subtítulo “Um livro para pessoas com distúrbios de ansiedade, pânico e fobias”, da editora Ágora. A única coisa que me irritou em todo o livro não foi propriamente a sua semântica mas o “português-brasileiro” em que estava traduzido, que me levava a estar sempre a fazer correcções mentais às frases mais flagrantes. Na sua contracapa pode ler-se:

“Quem já teve “aquilo”, sabe do que se trata este livro.

Medo irracional, pânico, mal-estar físico sem motivo clínico, sentimento de impotência, limitações constantes, o eterno abrir mão de coisas gostosas e importantes.

Mas as novidades são animadoras - “aquilo” tem nome, sua origem já é conhecida e, principalmente, pode ser tratado.

A autora, Jerilyn Ross, explica tudo em linguagem clara e coloquial, mostra casos de diversos tipos de distúrbios e apresenta técnicas de fácil aplicação para se enfrentar os momentos de crise.

Portanto, se você é um possível personagem deste livro, tem alguém na sua família com esses problemas ou é profissional da área, aqui você encontrará preciosas informações para instrumentá-lo a enfrentar esses distúrbios com otimismo e esperança.”

Jerilyn Ross
Psicóloga, ex-fóbica, e uma das primeiras especialistas em distúrbios de ansiedade dos EUA, é directora do Ross Center for Anxiety and Related Disorders, em Washington, e presidente da Associação de Distúrbios de Ansiedade da América - ADAA. Com actividade pública intensa, tem participado de inúmeras palestras, programas de rádio e TV e comissões governamentais. Entre 1987 e 1992 foi responsável por um premiado programa de rádio sobre psicologia.

quinta-feira, setembro 14, 2006

De Volta às Aulas

Ontem acabei a minha longa época especial de exames. Estou um pouco cansado, foi um mês de estudo se contar que vim para Lisboa duas semanas antes do primeiro exame que foi dia 1 de Setembro. Por isso hoje tirei um dia de férias.

Dois dos exames correram-me mal, mas o terceiro correu-me bem. Acima de tudo fiquei a aprender coisas novas e muito simples. A primeira é que as pessoas são muito egoístas e só pensam nelas próprias, existem muito poucas pessoas altruístas. A segunda é que na vida não devemos contar com mais ninguém a não ser nós mesmos. E a terceira é que estamos sempre sozinhos, mesmo que estejamos acompanhados. Estes três ensinamentos levaram-me a notar que o relacionamento em que estava envolvido era uma “ilusão”, que só existia mesmo na minha cabeça. O que é que isto tem que ver com a época especial? Nada! Mas quem é que disse que eu aprendi alguma coisa na época especial?! LOL

Já fiz o meu horário deste semestre. Tenho as segundas, terças e quartas bem preenchidas, ao passo que na quinta-feira só tenho uma aula: das 8h00 às 9h00. [Mas quem é que faz estes horários?!] Vai ser puxado, mesmo muito. Mas agora que o VECTORe 2006 está fora dos meus projectos (dado que eles não me aceitaram - eles é que ficam a perder) e estou a ponderar se hei-de ir ou não para o grupo ex aequo lisboa, penso que vou ficar com muito tempo para a faculdade. A melhor opção para mim é mesmo concentrar-me em duas coisas: a faculdade e o Aikidô, que estou desejoso de recomeçar. Segunda-feira talvez. O pior é que as minhas aulas acabam às 18h30 na segunda-feira e vai ser quase impossível pôr-me lá em meia hora! :/ Na quarta acabam às 18h00.