quinta-feira, março 31, 2005

Another Empty Day!

Mais um dia vazio de conteúdo. Fiquei a dormir até super-tarde, mesmo tendo acordado diversas vezes ao longo da manhã achei que fazia melhor estar a dormir enroscado nos lençóis do que estar por aí nesse mundo esquisito e cheio de perigos…

Fui às compras. Estava mesmo a precisar de encher a “despensa”. Estou mortinho por sair da residência. Finalmente o meu colega R. chegou de Munique e já está à procura de uma casa/quarto para ele. Se o TJB não se importasse de mudar já, eu por mim procurava já um apartamento para três pessoas e mudávamo-nos os três para lá right away! Que residência tão estéril. Não há contacto humano, e quando há, há mais barulho do que comunhão de sentimentos, de experiências, da “selva que é lá fora”!

Acabei uma parte muito importante do meu trabalho para o Projecto Educação da rede ex aequo. O trabalho surge aos magotes: é bom sinal. Espero que saia daqui um bom trabalho, e espero que com a experiência que ganharemos este ano, a versão do próximo ano seja ainda melhor do que a deste ano, e que, todos os anos aumentando a qualidade e quantidade do trabalho realizado, daqui a uns dois ou três anos talvez tenhamos um projecto tão bom como aqueles que existem noutras paragens mais hospitaleiras da Europa [mas que têm décadas de trabalho à nossa frente]. Trabalho impresso e ready for delivery!

Hoje [penso que] chega o M. a Lisboa. Espero que tenha descansado imenso durante a sua grande viagem de férias de Páscoa ao Hawai… perdão, às Canárias! LOL :) Afinal merecia mesmo. Tanto trabalho na faculdade e fora dela, tanto na associação mas também de outros afazeres, tantas atribulações na sua vida no último mês, que não haveria ninguém que precisasse tanto de férias como ele. Estou curioso de o ver novamente: “será que perdeu aquela tonalidade de pele branco-pálido?” LOL Gostava mesmo de ver como é que ficam uns olhinhos verdes claros com uma pele morena e um cabelo loiro! Hummm… já estou a imaginar! Em todo o caso amanhã já vou fazer uma ‘revisão de qualidade’ ao resultado das férias prolongadas, mas ele vai ficar logo pálido quando lhe mostrar o que ele tem que traduzir! :P Well também já fiz uma grande parte e ele precisa de praticar as suas técnicas de tradução de Inglês – Português! Kidding!

Hoje à noite vou ver se traduzo mais uns textinhos e ver se estudo um pouco de Fluídos! :S Let’s go back to work!

quarta-feira, março 30, 2005

Começar cedo!

Hoje não dormi! Finalmente organizei o meu quarto. Depois de empilhar todos os livros, sebentas e apontamentos de que não preciso na prateleira de cima do armário estou mais livre aqui dentro. O pior são os calhamaços que vejo aqui à minha volta só para este semestre… são tantos! Alguns assustam mesmo muito. Enfim não há de ser nada! Também li os e-mails todos (59) que já não consultava desde há uma semana. Trabalho na maioria deles. Outro, um agradável convite para um aniversário, o da Rita Cacao, dia 1 de Abril, sexta-feira. Espero ir! Já agora não se esqueçam de lhe dar os parabéns!

Vou ver se tomo um “ganda” pequeno-almoço para ter forças para o resto do dia. Vou levar alguns “livrinhos” [not!] para estudar, tenho também psicoterapia hoje à tarde e tenho ainda que ir às finanças. Depois venho para casa e de certeza que vou aterrar na cama a dormir mal vista o pijama (pondo finalmente os sonos outra vez no horário [de verão… lol] certo!)

O que é prometido é devido


Prometi ao M. que fazia um resumo das minhas férias aqui no Blogue. Ok. Aqui está o tal resumo que lhe tinha prometido.

As minhas férias começaram na quarta-feira passada e terminaram nesta terça-feira, dia em que regressei a Lisboa. Parti com o coração divido, embrenhado em dúvidas e mais dúvidas, com a cabeça à roda de tanto correr em direcção a saídas e explicações em todas as direcções que infelizmente davam sempre ao mesmo sítio: sofrimento. Tinha decidido fazer das minhas férias uma altura de descanso mental, psicológico e físico. Assim foi… mais ou menos. A minha esperança desmedida e totalmente irracional, de que, sentimentos ilusórios que atravessam invariavelmente a minha mente quando me apaixono, fossem retribuídos, era tal, que, passava dia e noite a pensar em mirabolantes planos para um futuro a dois, sobre o que iríamos fazer quando estivéssemos a trabalhar, que projectos queria ajuda-lo a concretizar e em que projectos ele poderia ser o meu braço direito… sonhos feitos e refeitos constantemente afastaram-me da realidade durante vários dias. Acordava tarde para almoçar. De tarde dormia mais um pouco. Jantava tarde porque os meus pais também são pessoas muito ocupadas e quanto a férias só os três filhos universitários é que têm direito a esses “luxos”, os gestores e administradores não! Passei algumas tardes a ver um ou outro filme. Ao fim desta semaninha foram três no total: a revisão [pela milionésima vez] dos Episódios I e II do «Star Wars» – preciso de saber a história de “cor” porque o Episódio III está mesmo, mesmo a sair! – e vi pela primeira vez o «I, Robot», adorei como sempre nestes filmes, não a histórinha – que é quase sempre igual – mas as “maravilhas” tecnológicas que são “pré visionadas” por este género de filmes de ficção científica: em especial estou a falar do Audi espectacular que o actor principal guiava – também quero um daqueles!!! De noite via um pouco de televisão, lia o Público ou a Visão. Ficava acordado até tarde (como agora mesmo) porque por mais que me revirasse na cama o sono não pegava… A certa altura nestas férias apercebi-me que o M. queria ser, como lhe é totalmente legítimo e natural, unicamente meu [bom] amigo. Eu é que sou um coração mole, um “Mário vai com todos!” [versão gay do ditado popular…], mas nem isso é verdade. Não me apaixonei por ninguém no último ano. Fez neste fim-de-semana passado um ano que o J. me deixou. Na altura fiquei muito magoado e levou-me muito tempo a perceber e entender o que realmente me fazia falta e o que realmente sentia; percebi que afinal não o amava, percebi que o que mais sentia falta na nossa relação era sem dúvida da atenção, da partilha de um quarto/apartamento, das conversas “em família” com a irmã dele (médica), o namorado da irmã dele – que tem o mesmo nome que eu e andava em Eng. Civil – daí nós dizermos em tom de brincadeira que naquela família toda a gente gostava de Pedros! – de ter conhecido a mãe dele, das conversas, dos cafés, dos lanches, e dos almoços e jantares que tivemos todos juntos: eu, o J., a irmã e o namorado, e a mãe! Lamechas? Não, um apoio muito grande diria eu. Senti-me parte de um todo que se amava, que se protegia, que se apoiava e acarinhava. Sentia-me mais confiante, mais contente, mais dinâmico; trabalhava mais, era melhor sucedido, ultrapassava as dificuldades. Sentia falta disso tudo… mas não dele em particular. No caso do M. é diferente. Desde a primeira vez que o vi que ele me chamou a atenção. Passou-se um mês. Voltei a vê-lo. Uma vez mais aquela sensação estranha. Passaram-se semanas, conhecia-o cada vez mais e melhor. Em todas as situações ele continuava a renovar o seu encanto a meus olhos. Mas depois chegou a altura de toda a verdade, a constatação de um facto indesmentível: ele nunca havia reparado em mim – a não ser como toda a gente “repara” nas pessoas por que passa na rua – não era mais do que “um” entre tantos, o cerne dele, o coração e alma estavam já entregues a outros destinos, a outras paragens, a um outro rapaz. Diz-se que a esperança é a última coisa a morrer. Confirmo, pela parte que me toca pelo menos. Mesmo depois de todos os indícios apontarem para a mesma conclusão inevitável, mesmo sem um vestígio ténue de sinais que me pudessem fazer duvidar, continuei a acreditar no que me parecia possível. Pensava que talvez este rapaz pudesse gostar de mim. «Parvo?» – Exacto. – «Como é que adivinharam?» – Óbvio! De facto, depois de pensar melhor sobre o assunto comecei a tentar pôr-me na pele dele: O que é que ele veria de interessante em mim? Será que ele iria perceber o que é uma depressão e o quão incapacitante pode tornar-se em certas situações? Será que ele iria perceber porque é que nunca mais me livro deste curso? Será que iria gostar de andar com uma pessoa que não sabe de arte, de cinema, de literatura, de teatro, de estética, de moda e outras áreas tão pouco científicas? – Penso que ele gostará de uma pessoa diferente de mim. Talvez mais semelhante a ele próprio. Eu por outro lado gosto de pessoas dissemelhantes de mim, antagónicas em alguns casos, que me rematem certas pontas soltas que são fraquezas em mim mesmo. O que é que eu quero? Simples. Quero amar e ser amado por um rapaz especial. Mas está a tornar-se complicado. O que mais me amargura é que tive aquela sensação de “agora é que vai ser, finalmente alguém com a cabeça no lugar e que valha a pena” e de repente… “puffff…” fez-se o Chocapic! LOL Após este tempo todo de cura de sono, e de pensar, pensar, pensar, tive momentos de desespero, de iniciativa, de tentativa de reacção, alturas em que me fui abaixo, que desanimei, que fiquei triste e desmotivado. Ontem acabei por ter uma conversa com a minha mãe muito importante. Ela sabe –sente? – que algo não está bem comigo. Acha-me desanimado demais. Tem toda a razão. E está tão longe de mim, estou tão longe do seu carinho, das suas festinhas, dos seus conselhos… Acabei por contar-lhe porque é que não fui ao Aikidô todo o mês de Março e a história do M. Não conti as lágrimas. Mais tarde, quando voltamos a estar sós falou comigo. Fez o melhor que sabia – sei que a homossexualidade a deixa perturbada, sei que muitas vezes tem medo de me magoar, ofender, outras vezes não sabe mesmo o que dizer porque nunca teve mais experiência do que a sua vida heterossexual pacata e alheada destas realidades “que só acontecem aos outros” – disse-me muita coisa, de uma posição racionalista avaliou a situação, deu-me força, ânimo, vontade de vencer. Percebia-a. Quero ser forte como ela. Mas ao mesmo tempo quero ser amado, abraçado e acarinhado; não quero percorrer o “deserto de dificuldades” da vida sem ninguém ao meu lado. Cresci a ver os meus colegas a terem namoradas desde tenra idade, aliás, desde que me lembro. No primeiro e segundo ciclos eram apenas “brincadeiras”, abraços, mãos dadas, correrias em conjunto, telefonemas e “cartas de amor”, recados e bilhetinhos passados sorrateiramente pelas carteiras da sala de aula, graffitis nas paredes da escola, um presente no dia de anos. No terceiro ciclo a evolução era notória, beijinhos, amaços, linguados, prazeres mais carnais, viam sessões de cinema em conjunto – encobertos pela escuridão da sala e a hora de menos afluência às telas, planeavam fins-de-semana em conjunto, passeios com os carros, a primeira experiência sexual ou pelo menos uns trabalhos de língua em conjunto… Na faculdade o estatuto oficial de “adulto” dava azo a mais qualquer coisa, eram as noites quentes, húmidas, intensas, no apartamento lá de Lisboa, sem vigias dos pais, com a conivência despreocupada dos colegas de apartamento, as primeiras histórias de grandes sessões de verdadeiro hardcore sexual de que se gabavam os rapazes, das vezes que atingiam o orgasmo e os pormenores íntimos do romance nocturno de que se gabavam as raparigas… Eu nunca tive nada disso, nenhuma experiência mais ou menos precoce que me preparasse para a descoberta do mundo dos sentimentos aos 21 anos, como uma bomba atómica emocional que explode no seio da nossa alma e que nos muda para sempre. Vivi, de facto, a minha adolescência compactada e concatenada em apenas três anos. Tenho agora 24 anos. Tive as minhas primeiras experiências sexuais aos 22 anos. E desde esse ano que nada mais aconteceu, nem sexualmente nem, principalmente, sentimentalmente. Sexo?! Isso é daquelas coisas que vem por acrescento. O que preciso e sinto falta é mesmo do companheirismo e partilha que dois namorados têm. Todos estes pensamentos foram tudo o que fiz nestas férias da Páscoa. Cheguei a Lisboa hoje à noite. Estou a arrumar o meu quarto. Separar os livros e apontamentos de que preciso este semestre daqueles que só precisarei mais tarde. Arquivar papelada antiga. Livrar a minha cama de uma praga de livros empilhados. É tardíssmo. Não dormi ainda. Nem vou dormir. Preciso de acabar de pensar. Fazer certas coisas para começar o semestre… gostava que fosse mais forte, como a minha mãe, mais forte.

terça-feira, março 22, 2005

Insónia

Estou com uma insónia daquelas… não consigo dormir. Estou sempre a pensar no M. Não consigo parar de pensar nele. Invento, reinvento e torno a inventar futuros possíveis para nós os dois, sonho muito com encontros maravilhosos, com férias passadas a dois, com projectos dos dois em que somos os mais veementes dinamizadores…

Um rodopio imenso de imagens dele penetram na minha mente mesmo contra a minha vontade racional. Estou ansioso pelo nosso encontro de amanhã. Combinamos encontrar-nos amanhã à noite. O que acontecerá nesse encontro? Será que ele me vai dizer que não iremos ter qualquer hipótese de algum dia virmos a estar juntos? Será que me vai dizer que eu sou daquelas pessoas que ele nunca irá amar? Será que me vai dizer [como adoraria] que precisa de tempo para pensar, para perscrutar os seus sentimentos, para verificar se algo poderá crescer da parte dele? Quem me dera que ele não fechasse as portas. Quem me dera que ele pudesse pôr em aberto conhecer-me mais um pouco e ver se é possível que algo possa crescer dentro dele.

Apetecia-me estar com ele agora. Na sua cama, a dormir abraçado a ele, com as nossas pernas entrelaçadas, beijar-lhe a testa, dizer-lhe que o adoro, acariciar-lhe o cabelo loiro, apreciar os seus olhos verde-claros, cheirar a sua pele branca suave. Mas ao mesmo tempo tenho medo. Tenho medo do que ainda não sei dele. Será que ele tem algo no seu passado que possa comprometer o seu futuro, ou o nosso futuro? Será que ele fez alguma coisa que me faça ficar verdadeiramente decepcionado com ele? Que me faça perder a imagem de príncipe perfeito que tenho dele? Imagem que já foi [infelizmente] severamente abalada pela descoberta do seu petit garçon? Será que isso é somente a ponta de um icebergue de segredos, de muito maiores proporções, que não conheço, de passados que não ouso sequer imaginar, de “pecados” ou “loucuras” que não consigo conceptualizar possíveis para ele? Espero que não. Espero que tudo o que houver para descobrir sobre ele sejam lugares-comuns de comportamentos humanos… tais como os que eu tive. Sei que não sou perfeito, ninguém é, nem ele é, nem estou à espera que seja, mas sonho que possa ser o mais perfeito possível, o mais “normal” possível, sem histórias mirabolantes que me façam enjoar só de ouvir, como [infelizmente] já ouvi no passado de um rapaz com quem [infelizmente] tive um caso – aliás, para dizer a verdade: que infelizmente conheci, porque é daquelas pessoas que não valia mesmo a pena ter conhecido – mas que felizmente foi um caso não sexual – meramente “platónico” – é nestas alturas ainda penso que possa existir um [ou vários] dEUS porque, de facto, foi um acto de “divina inteligência” ou “divina clarividência” não ter tido nada com “aquela coisa balofa e suja”.

Apetece-me dizer-lhe [ao “meu” querido M.], de uma vez por todas, tudo o que me vai na alma e pedir-lhe que – ambos – possamos dar tempo ao tempo até termos a certeza que somos “feitos uma para o outro”, ou não. Em todo o caso preferia que pudesse-mos começar por uma amizade que se pudesse ir fortalecendo à medida que nos iríamos conhecendo melhor. Porque eu não posso dizer que o amo – só posso dizer que sinto uma grande atracção por ele, uma paixão intensa, um desejo de estar próximo dele – mas isso é apenas o princípio, é preciso muito mais tempo, muito mais conhecimento um do outro antes de pudermos (conscientemente) afirmar que nos amamos – a palavra “amor” sempre foi uma palavra demasiado forte para ser usada levianamente. E pode ser que não seja reciproco. Pode ser que ele nunca venha a achar-me merecedor do seu amor. Pode ser que eu não o ame assim tanto como agora parece ser possível. Nesta confusão de sentimentos e esperanças (que penso que ambos estamos a sentir neste momento), nada melhor mesmo do que dar tempo ao tempo, e ver em que é que esta história “romântica” irá desembocar (exactamente).

O momento não poderia ser mais oportuno: eu vou para minha casa, em Alpendurada, Marco de Canaveses, distrito do Porto, fustigada de chuva e ventos fortes, mas com uma casa enorme (ao contrário deste quarto claustrofóbico) com aquecimento central e muita paz, onde poderei pensar [nele! LOL] na minha vida e no que sinto; ele vai de férias para o estrangeiro onde vai poder também encontrar a paz de que precisa para pensar na sua vida [quiçá também em mim! :) ] e do pretende para o seu futuro. Tenho esperanças que este tempo, away from each other and the capital city and their problems, will provide us good benefits and a clearer view of what each of us really wants their future life to be!

I hope for a happy ending nevertheless!

segunda-feira, março 21, 2005

Patético!

Cada vez mais me convenço que sou patético em tudo o que tenha que ver com namoros ou relações sentimentais com outros rapazes. Desta vez não foi excepção. O M., de quem já havia escrito aqui anteriormente, não gosta de mim, nem de perto nem de longe. Foi tudo, infelizmente, [mais] um sonho muito cor-de-rosa na minha cabeça. Pensei que poderia ter uma relação como as minhas amigas Cacao, pensei que fosse possível ele ter-se apaixonado por mim… não sei se chore ou se ria perdidamente. Patético. É óbvio que não.

As minhas amigas Cacao apaixonaram-se quando ainda faziam parte do antigo Projecto Descentrar. Encontraram-se lá, conheceram-se lá, apaixonaram-se uma pela outra lá. São um casal que me serve muitas vezes de referência. São um role model para mim acima de tudo. Quando me dei conta que aquilo que senti pela primeira vez pelo M., no dia que o conheci, não desapareceu passado um mês. Quando me dei conta que quanto mais o conhecia mais gostava dele, mais o admirava, mais queria e desejava estar junto dele, falar com ele, telefonar-lhe, enviar-lhe SMS’s, comecei a aperceber-me que estava apaixonado. Há tantos meses que não me sentia assim. Há muito, muito tempo. Aliás, diz-se que cada relação é diferente das outras; bom, não poderia concordar mais. Penso que, concentrando-me muito nos meus [efémeros] relacionamentos anteriores, nunca me senti desta forma. Not really like this. Pensei a certa altura que, de facto, iria ser “desta vez” que me iria sair a “sorte grande”. Patético. Estava no Projecto Educação com ele, nisso havia uma semelhança com as meninas Cacao, mas nada mais do que isso – uma simples semelhança – porque a realidade é bem diferente no meu caso: não sou minimamente interessante quando comparado com qualquer das meninas Cacao. Sonhador, sim, sou sonhador, é isso, sonho demais com coisas impossíveis.

Certo dia ele disse-me que estava a ter uma “relação” há três semanas com um rapaz, mas que o outro rapaz não lhe dava a atenção que ele precisava, que ele desejava, que ele [talvez] sonhava. {Ao mesmo tempo fazia as contas e reparava que ele tinha começado a “namorar” ou a “relacionar-se” – conforme der mais jeito – com o tal rapaz-mistério depois de eu o ter conhecido pela primeira vez aquando da entrevista do Projecto Educação. Fiquei muito magoado, mas sabia que não mandava no coração dele. Ele tinha todo o direito de se apaixonar e entregar-se a quem quisesse. Eu é que não tinha direito algum de lhe exigir “fidelidade” a um sentimento que só existia mesmo dentro de mim, no meu peito… por isso sofri sozinho essa palavras duras.} Como eu te compreendo… – pensei de imediato. Nas minhas [efémeras] relações passadas estive sempre numa relação de desequilíbrio em relação aos petit garçons que eram meus “namorados” nessa altura. Sempre tive que ser maioritariamente eu a “puxar a carroça”, sempre eu a convidar, a sugerir, a pedir um [re]encontro, a acariciar a primeira vez, a abraçar, a tocar, a beijar… sempre eu a fazer os sacrifícios necessários para estar com ele, faltando às aulas, desmarcando compromissos estabelecidos… sempre eu. Cansa. A sério que cansa ser sempre eu a ter que lutar por um rapaz. Desta vez, vim a saber por outras pessoas que o peti garçon do M. era um velho amigo e conhecido meu, uma pessoa que já conhecia de ginjeira e cujos feitos heróicos davam um livro – o mesmo petit garçon que havia quebrado o coração ao meu amigo D. da faculdade, o mesmo petit garçon que estava a ter uma relação com outra pessoa na altura em que conheceu o D. Só de pensar que houve um dia – há mais de dois anos atrás – em que cheguei a beijar e a [felizmente só] dormir na mesma cama que esse petit garçon, well that makes me sick! Quando soube que era esse petit garçon que estava no coração do M., que era dele que ele gostava, que era dele [e não de mim] que ele sentia falta, nessa altura o meu coração parou por momentos, senti-me vazio, vencido, sem propósito de vida, como se afinal [e mais uma vez] fosse tudo uma grande ilusão, um sentimento que só existia dentro de mim, em mais lado algum, muito menos no coração do M. Patético. Era óbvio que não poderia ser de outra forma. Esse petit garçon com quem o M. teve um relacionamento era mesmo assim mais interessante do que eu. That’s life! O melhor é mesmo esquecê-lo, dobrar a página e passar ao capítulo seguinte.

A verdade é que nunca me senti amado por alguém que amasse. Nunca. Nunca me senti desejado por alguém a não ser o meu primeiro namorado. Essa relação durou somente um mês, eu estava em Lisboa, ele estava no Porto. Encontramo-nos quatro dias durante esse mês. Para muitas pessoas isso nem sequer corresponde a um namoro no verdadeiro sentido da palavra, para mim, no entanto, foi a única vez que me senti desejado por algum rapaz. Por isso ainda o guardo no coração como um “namoro”. Infelizmente não o amava como sempre sonhei amar alguém. Acabei o nosso relacionamento. É preferível assim do que estar a “enganar” uma pessoa com um falso amor. Em todo o caso senti-me desejado. Infelizmente não o amava totalmente. Depois desse primeiro relacionamento – já lá vão uns anos – nunca mais senti esse fervor de paixão nos olhos de um rapaz – muito menos de um rapaz que eu amasse. Todos os rapazes de quem gostei não gostaram de verdade de mim. Por isso, nenhuma dessas relações deu certo, nem sequer começaram muitas das vezes.

Workaholic! É nisso em que eu preciso de me transformar. Trabalhar, trabalhar e não pensar em mais nada do que o simples trabalho. Desta forma evito conhecer pessoas novas que invariavelmente me vão levar ao sofrimento pessoal. Evito pensar no “estado da nação” da minha vida sentimental. Evito pensar no meu círculo de amigos e o quanto alguns me deixaram desgostoso. Não vale a pena o esforço e o sofrimento de conhecer pessoas novas, não vale a pena o sofrimento e a perda de tempo de apostar em potenciais relacionamentos, não vale a pena a perda de tempo e o fugaz prazer de fazer mais coisas do que trabalhar. Está claro na minha mente nesta altura que não irei encontrar tão cedo alguém de quem goste e que me retribua os sentimentos, por isso nada melhor do que me dedicar ao estudo das minhas disciplinas científicas tão deliciosamente precisas e exactas, onde a razão impera e o sentimento não interessa para rigorosamente nada! :)

Acordei às três da tarde hoje. Mais uma vez fiquei a dormir até tarde. Para quê acordar cedo? O que me faria levantar cedo? Quem em faria levantar cedo? No one! Nestes últimos dias não tenho dormido na residência. Tenho dormido na casa das minhas amigas Cacao. Tenho lá muitas coisas de que preciso como a escova dos dentes e o dentífrico, o meu carregador de telemóvel e o meu pijama! Além disso tenho um livrinho [not!] de Mecânica dos Materiais e o meu dossier do Projecto Educação com os “Tools” que estou agora a traduzir. Tenho que ir até lá daqui a pouco. A casa delas é pertinho daqui da residência. Num saltinho estou lá. Pena que o tempo esteja tão Londrino! Parece-se com o meu estado de espírito: nublado, escuro, cinzento, abafado, triste, com lágrimas a cair dos céus… Vou até à Cacao-Maison buscar as minhas tralhas e estar um bocadinho com as minhas amigas Cacao e com o bebé-Caju-Cacao! :) Com sorte a dona-cacao ainda vai passear o boby-cão-Caju e eu também vou dar uma voltinha pelos jardins do parque. Preciso de falar com alguém. Preciso de ver pessoas.

Na próxima quarta-feira vou para casa, vou ter com os meus pais e descansar a cabeça dos problemas de Lisboa, da vida horrorosa da capital. Preciso dos montes verdejantes de arvores a perder de vista. Preciso de rever a minha cama para me deliciar em dezenas de horas seguidas de sono reparador. Preciso de um abraço da minha mãe. Preciso de paz, para pensar no que fiz de tão errado, do que tenho que mudar em mim, do que me falta conseguir… I need time to think! I need time to myself!

sexta-feira, março 18, 2005

Sickness is back

Tudo se esvaneceu num ápice. Nada do que imaginei para ele é verdade. Afinal não é de longe tão perfeito como sonhei. É mesmo melhor esquece-lo. Seguir em frente. Não olhar para trás nem para os lados. É mesmo melhor não estar à espera de pessoa decentes neste mundo porque não as há. Tenho nojo desta sociedade. Nojo.

quinta-feira, março 17, 2005

Um Sorriso Encantador

Nem sempre posso dizer que sair da cama valeu a pena, mas hoje é um desses dias. Acordei muito tarde, aliás, levantei-me muito tarde, porque acordado já estava eu há muito tempo. À hora marcada, 17h00, apareci no portão da faculdade onde me esperavam aqueles olhos magníficos que me cativaram desde o primeiro momento. Sorri. Um sorriso encantador retribuiu-me a simpatia e começamos a andar em direcção à sala de estudo onde iríamos passar as próximas quatro horas. É impressionante como o tempo passa a correr quando estamos na companhia de uma pessoa interessante e simpática, quando estamos ao lado de alguém que nos faz tremer da cabeça aos pés. Foi assim que me senti hoje. Ansioso, receoso, amedrontado. Será que iria estragar o momento com uma daquelas reacções infantis que volta e meia tenho na presença dos rapazes mais espectaculares? Não me admiraria nada. Houveram uma ou duas situações que me arrependi, mas no cômputo geral posso dizer que não foi um desastre. Antes de irmos para a faina das traduções – our official business after all – passamos pelo Alkimia para ele comer alguma coisa: estava esfomeado. [Ouvi dizer que ele é mesmo assim: quando começa a comer não para! E eu acho isso lindo! Ouvir dizer que no acampamento do ano passado toda a gente ficava de boca aberta com a quantidade de comida que ele devorava logo no pequeno almoço!]. As traduções seguiram-se na sala de estudo de química e depois passaram para o ‘aquário’, quando o “Besouro” – aquela contínua horrivelmente antipática e mal-educada que vem sempre mandar vir com o pessoal que está a estudar! – apareceu e estragou o nosso silencioso momento a dois que estávamos a ter desde que ficamos sozinhos na sala. Estava a adorar estar sozinho com ele. Milhentas coisas a rodopiar em redor da minha mente, inúmeros desejos aprisionavam-se no meu peito, um livro de palavras minhas destinadas só a ele amordaçado atrás do meus dentes… mas era cedo demais. Primeiro quero conhece-lo melhor. Não chega este sentimento de empatia. Não é suficiente os seus lindos olhos, o seu sorriso encantador, nem a sua beleza extraordinária. Preciso de saber se somos compatíveis, se conseguimos falar horas um com o outro… e, mais importante de tudo: se ele sente o mesmo que eu e se tem a coragem de dar um passo em frente. Estou cansado de ser sempre o mesmo a ter que dar os passos todos, que ter que avançar, falar, tocar, telefonar, sorrir, convidar, sugerir, abraçar, beijar, afagar, acarinhar, acariciar… quero ser mimado, quero ser conquistado, quero sentir-me desejado… quero sentir que alguém pensa em mim, sente a minha falta, anseia a minha presença, precisa do meu apoio… Infelizmente nem sempre senti isto com ele. Tenho telefonado sempre eu, tenho enviado as SMS’s sempre eu, tenho sugerido encontros sempre eu, tenho feito os esforços para estarmos juntos sempre eu… embora seja verdade que o PE precisa do nosso contributo para se desenvolver a principal razão pela qual quero traduzir os textos é sem dúvida estar próximo dele. Devo-me envergonhar disso? Decididamente não! Que melhor razão senão uma 'queda' por um rapaz interessante para fazer algo que é preciso fazer? Não ouso dizer que o amo – pelo menos não ouso para já – mas sinto-me indiscutivelmente atraído por ele. Será que sou retribuído? Será que ele também sente o mesmo que eu? Penso que não sente exactamente o mesmo que eu, nem há tanto tempo. Terei que ter paciência e deixar que os sentimentos dentro dele se desenvolvam… o problema é que os meus impulsos nem sempre ajudam a que isso aconteça; por exemplo, sinto uma vontade quase primitiva de o tocar, sinto-me desconfortável ao olhá-lo nos olhos, fico desajeitado na presença dele (e faço figuras tristes por causa disso) e passo a vida a planear a próxima SMS que lhe vou enviar… por mais que diga que tenho que parar, quando me dou conta já estou a receber o relatório de entrega. Preciso de estar sempre ocupado para – tarefa assaz impossível – não pensar [sempre] nele.

Amanhã vamo-nos encontrar outra vez desta vez no Caffé Magnólia na Avenida de Roma lá pelas 19h00. Estou super ansioso. Já tomei as pills e entre estas estava o Xanax XR para ver se tremo menos das mãos e para ver se durmo esta noite: estou farto de ter insónias brutais durante toda a noite! Espero estar fresquinho amanhã para fazer boa impressão. Tenho que dar atenção também à S. e ao P. porque senão vai-se notar que estou a “arrastar a asa” ao menino giro! Imaginem até que ponto chega a minha obsessão que hoje esqueci-me da minha sessão de psicoterapia. Já há muito tempo que este tipo de “lapso” não me acontecia! Que vergonha! Coitada da Dra. Neuza, nem sei como lhe hei de dizer que foi por estar com a cabeça na Lua e o coração embrenhado em sentimentos românticos que faltei à sessão. Ainda nem sequer tive coragem de lhe enviar uma mensagem. :( Enfim… love, love, love… a quanto obrigas! LOL

As boas notícias são que em princípio este fim-de-semana vou passar a conhece-lo muito melhor! Espero bem que sim! O mais interessante é que está quase a fazer um ano que a minha anterior relação acabou e penso que ele é completamente diferente de todos os rapazes que conheci até hoje. Estou muito entusiasmado com tudo o que poderá advir desta nossa relação de amizade, pode ser que as coisas evoluam positivamente em direcção a um namoro, ou talvez não. Em todo o caso vou testa-lo brevemente. Vou apresenta-lo ao todos os meus colegas gay que forem ao ciclo de cinema da rede ex aequo e vou ver se ele se apaixona por algum deles. Se ele ficar apaixonado por algum deles vou sofrer horrores mas, pelo menos, evito envolver-me com uma pessoa que não se interessa por mim de uma forma genuína. Não quero andar aos “tropeções” em rapazes. Preciso de uma relação estável e duradoura. Espero que este moço de olhos claros, cabelo dourado, pele alva, voz cativante e com um sorriso encantador seja o the one que ando à espera há tanto tempo. :)

sexta-feira, março 11, 2005

Encontros e Desencontros!

Decidi fazer uma surpresa aos meus amigos da faculdade e do Projecto Educação e convida-los a todos para virem ao 2º Ciclo de Cinema da rede ex aequo dias 18, 19 e 20 de março de 2005 na Videoteca Municipal de Lisboa, Largo do Calvário, 2, Alcântara.

Estou cheio de vontade de os juntar a todos e assim conhecermo-nos melhor do que nos conhecemos actualmente, juntar mesmo pessoas que não se conhecem, para ver se consigo ter um grupo de amigos ainda maior do que tinha inicialmente, mais coeso e dinâmico! Pode ser que novas amizades surjam, até pode ser que surja mais algum parzinho de namorados! :)

Espero que seja bem sucedido! Estou super contente desde o fim-de-semana passado e parece que isto que cresce no meu coração não para e não tem fim… sinto-me nas nuvens… já há muito, muito tempo que não sentia este tremor no meu peito, este acordar com um pensamento fixo, o desejo de conviver mais, o desejo de voltar a ver os mesmos olhos… mas ao mesmo tempo o receio avoluma-se no meu coração também… e se tudo isto não passa de uma ilusão? E se de repente a magia que anda no ar se esvanecesse? Se de um momento para o outro deixar de ser alguém especial e alguém me substitui nessa posição? Ficaria outra vez com o meu coração esvaziado de amor num completo vazio gelado e escuro? É por isso que tenho que ter calma e testar os meus sentimentos, e testar os sentimentos que se dirigem a mim, para verificar se são genuínos. A última coisa que quero é magoar ou ser magoado. Até agora a evolução tem sido positiva! :D Espero que assim continue!

Happiness is Closer Today than Yesterday!

Finalmente o semestre começou! Depois de o primeiro semestre se ter estendido horrivelmente para além da primeira semana de março chegou a altura de voltar à carga. No fim-de-semana passado tive a formação do Projecto Educação. Conforme já referi foi extremamente útil e hoje estou feliz. Levantei-me cedo, fiz uma série de coisas para a APAE logo de amanhã, coloquei os cartazes do ciclo de cinema na faculdade e ainda preciso de mais, por isso, já mandei uma SMS para um membro da direcção da rede ex aequo para que me enviassem mais dois cartazes: um para a cantina e outro para a residência. Já comecei a estudar Comportamento Mecânico dos Materiais. Isto porque em abril, pelos vistos, vamos ter aí umas duas semanas com testes a Comportamento Mecânico dos Materiais, Aerodinâmica I, Aerodinâmica II e não me surpreenderia nada se também tivesse a Estabilidade de Voo.

Continuo a ler o meu livro de depressão: «Psicologia da Depressão» de Lewis Wolpert que é simplesmente um espanto! Estou a adorar. Depois de ter lido a visão psiquiátrica e sociológica estou a enveredar pelas visões psicológicas e biológicas da depressão. Estou também a redefinir as minhas prioridades de leitura porque quero começar a ler o livro «Indisciplinar a Teoria: Estudos Gays, Lésbicos e Queer» o mais rapidamente possível por causa do Projecto Educação da rede ex aequo. Estou confiante que poderemos fazer um bom trabalho e estou cheio de vontade de começar a trabalhar no assunto, mas não sozinho. Gostava de me encontrar com o pessoal de Lisboa para ver se em conjunto conseguíamos traduzir textos, preparar actividades, manuais e talvez mesmo um site com documentação on-line sobre Educação Sexual/Orientação Sexual Inclusiva para apoiar docentes e discentes na sua aprendizagem. Tenho tantas ideias que não as conseguiria escrever a todas aqui, mas gostava de fazer isso tudo com os meus colegas de formação. Um coisa aliciante deste projecto é que resultasse uma cooperação profícua com uma editora por forma a que todo o nosso know-how pudesse ser editado e implementado na disciplina de “Educação Cívica”! Sei que pelo menos a Porto editora tem este tipo de manuais.

Mas não me posso esquecer da faculdade por isso trabalhar no Projecto Educação fica relegado para os fins-de-semana em trabalhos de grupo. Além disso tenho a APAE que tem também os seus trabalhos próprios relacionados com o EMEAC’05, o AirCargo Challenge e o Núcleo de Aeromodelismo.

Enfim, nada como um par de olhos claros e um sorriso cúmplice para me fazerem renascer de novo…

domingo, março 06, 2005

Much Better Night Fall!

O dia foi muito bonito e terminou em beleza com uma frase que ainda ressoa na minha cabeça: «Pedro!» - Gritou - «Bom início de aulas.» - Sorriu.

O projecto foi muito divertido e enriquecedor. Conheci muitas pessoas interessantes. Convivi com pessoas mais velhas e mais novas, com pessoas que estão a tirar cursos, a fazer mestrados ou já são professores universitários. Fiquei muito entusiasmado com todo o projecto e o grande impacto que pode vir a ter no futuro na luta anti-homofobia, na desconstrução social de certos mitos associados à orientação sexual de um indivíduo. Senti que há um grupo de trabalho coeso e que interage muito bem. Eu sinto-me muito bem por voltar a sonhar.

Estou desejoso que as visitas às escolas comecem brevemente, e quanto mais cedo melhor. Estou desejoso que a mailing list dos formandos fique operacional e possamos começar a criar laços mais profundos. Estou até a pensar em ser mais activo no Projecto Educação do que ser somente mero formando, mas… ainda vai depender de como o semestre vai correr e como é que vou estar em termos de disponibilidade de tempo e… emocional! I’m happy!

Night Fall…

E assim se passou um dia fantástico na minha vida, e como acontece com todos os dias verdadeiramente fantásticos cheguei a casa arrasado, triste e com vontade de chorar para libertar esta tensão interior. Estou a notar uma certa repetição nos meus sentimentos e reacções perante os mesmos estímulos, ou estímulos equivalentes. Sempre que estou com pessoas que prezo muito, sempre que estou com casais estáveis e muito felizes, sempre que me sinto atraído por algum rapaz, sempre que noto que fui rejeitado por uma pessoa para a qual tinha elevadas expectativas, sempre que algumas destas situações acontece fico muito triste, muito em baixo, duvido de mim próprio, duvido de que a felicidade seja possível, fico pessimista, melancólico, pensativo, evasivo, emocionalmente na vertigem da comoção, isolo-me perante o grupo, fujo ao contacto com pessoas que estão “ofensivamente bem”… E no entanto não me arrependo de ter feito o que fiz, de ter conhecido quem conheci, de ter interagido com quem lidei, de ter vivido aquilo que vivi… As reacções humanas são de facto de uma complexidade extrema. Neste momento sinto-me desinteressante, sinto-me demasiado “caseiro”, sinto que não estou socialmente integrado, que não tenho muitas das características e conhecimentos úteis para que reparem em mim… Sinto também vergonha de sentir o que sinto daí não comentar com ninguém que me rodeia (e hoje rodeou) aquilo que vai “aqui por dentro”, sinto ser demasiado “fácil” sentimentalmente, demasiado dependente de outros, de carinho, amizade, afectividade, romantismo, companheirismo… amor. É ridículo muitas vezes dar-me conta da “adolescência sentimental” e a arrepiante falta de “inteligência emocional” que tenho, em como desisto de lutar à menor dificuldade, como invento incontrolavelmente cenários mentais pessimistas e que me são adversos baseados em comportamentos absolutamente comuns e normais de uma pessoa especial e aos quais irresistivelmente conoto the worst possible scenario

Hoje o dia foi complicado sentimentalmente. Voltei a estar presente numa actividade da rede ex aequo, voltei a ver caras conhecidas e a conhecer novas caras, voltei a lembrar-me do porquê de eu me ter afastado da rede ex aequo, mas atenção, não me interpretem mal, adoro a rede ex aequo, adoro o Projecto Educação, adoro todas as actividades da rede ex aequo, adoro os seus membros e os seus dirigentes, mas as situações pelas quais a rede ex aequo inevitavelmente me faz passar fazem-me voltar a um dos pilares basilares da minha depressão, e isso, como é óbvio vai-me trazer sentimentos contraditórios de esperança vs. desistência, integração vs. isolamento, alegria vs. tristeza, felicidade vs. infelicidade, realização vs. fracasso, apreciação vs. desprezo… são tantos… e muito do que sinto não lhe encontro descrição semântica adequada. Mas porque é que sou tão influenciável por eventos ou pessoas do quotidiano? Às vezes adorava ter um botão onde pudesse desligar os sentimentos, certamente seria mais fácil viver, seria menos doloroso, seria menos decepcionante…

Amanhã espera-me outro dia espectacular, resiste dentro de mim uma esperança de que as coisas “aqui dentro” se componham, de que possa chegar a casa desta vez alegre! Mas não acredito que esta esperança venha a concretizar-se, é muito mais provável que venha novamente em baixo para casa. Preciso de contar o que se passa “aqui dentro” à minha psicóloga, preciso de lhe contar estas aberrações sentimentais que nada têm de lógico.

Sinto que é hora de dormir, doem-me os olhos, a minha cabeça vacila e descai avisando a mente racional que o corpo precisa de um descanso, até porque o sono e em especial os sonhos se encarregarão de me (re)equilibrar para amanhã de manhã… logo veremos como me sentirei de manhã.

sábado, março 05, 2005

Late Semester Starting!

Finalmente o primeiro semestre acabou! Ufa… até que enfim! Estava a ver que não me livrava destas preocupações. Depois de acabado o projecto de PA1 que tinha que fazer, e do qual não fiz quase nada, uma vez que este semestre (mais uma vez) teve uma série de peculiaridades que o fizeram correr menos bem (para não dizer mesmo “mal”), dei-me conta que o segundo semestre já começou há uma semana e eu ainda não pus os pés numa única aula… Tenho seis cadeiras este semestre, quatro delas repetidas e duas novas. As duas novas estão a motivar-me muito e espero vir a conseguir faze-las – embora sejam cadeirões! Quanto às restantes já sei do que a casa gasta e como começar a estudar para elas. O que noto em mim é que estou mais maduro desde que comecei o semestre (não, não é porque fiz anos dia dois de março). Penso que aprendi muito com alguns dos meus colegas de curso, em especial a Kim e o Diogo. Foram sensacionais durante todo o semestre e estou muito contente de ter conhecido novas facetas deles os dois. Aliás hoje já são 3h45 e ainda nem sequer estou a dormir apesar de ter feito directa ontem e de só ter dormido ainda três horitas quando cheguei à residência e de ter aterrado na cama como uma pedra. Estou desperto e não sei bem porquê… Cheguei à conclusão que tenho mesmo que me voltar a aproximar dos meus colegas de curso. Para cada cadeira deste semestre já tenho pelo menos um colega, quer daqui da residência mas também sem ser daqui, que também a vão fazer, o que é óptimo para começar a estudar. Se vissem o meu quarto dava-vos uma coisinha má… livros, fotocópias, folhas, sacos plásticos, notas… tudo empilhado segundo o sistema TM (para quem não sabe é o sistema Tudo a Monte… LOL). Vou ver se amanhã e no domingo à noite arrumo e (re)organizo toda a papelada e preparo-me para começar o semestre a estudar desde o princípio até ao fim com calma e serenidade… Não sei porquê, mas apesar de não ter tido férias, sinto uma enorme vontade de pegar nos livros e devorar informação, de aprender, de me cultivar, não só nos livros da escola mas também em livros de divulgação geral. I’m impressed with myself…

Amanhã às 11h vou ter formação no âmbito do Projecto Educação da associação rede ex aequo. Já fiz o TPC e já li os documentos que me enviaram por mail… Estou mortinho por começar a formação, por fazer uma coisa que ao mesmo tempo gosto, me dá prazer e é útil para a sociedade. Sinto-me desta forma mais útil, porque às vezes tenho a sensação que sou um buraco negro de dinheiro e recursos – dos meus pais mas também do estado – sem merecer este esforço. Por falar nisso… acho melhor ir depressinha para a cama para ver se durmo porque amanhã cedo tenho que estar a pé.

terça-feira, março 01, 2005

Fiction Un-understood!

Bem, depois de várias pessoas me terem abordado na rua, por messenger, na faculdade, por telefone e por e-mail, sobre a “boa nova” – a minha nova-hipotética-repentina relação amorosa com o suposto rapaz-maravilha Manuel, achei por bem esclarecer o que se passa realmente. A verdade é bem menos romântica e floreada do que o meu post anterior – por isso mesmo é que é verdade!

Eu costumo escrever alguns posts que, não obstante serem baseados em pequenos acontecimentos de vida verdadeiros, são alterados por forma, não só a não identificar os intervenientes reais, como lhes dar um final e contextualização diferentes. No caso particular do meu post anterior trata-se de uma história (infelizmente) inventada mas que corresponde a um sonho que tenho de que alguma coisa desse género venha, um dia, a acontecer. O rapaz-maravilha em questão é de facto baseado num rapaz que eu nunca conheci realmente bem mas que já tive oportunidade de “ver” de perto… mas daí até ele um dia vir a interessar-se por mim e eu por ele vai um longo, longo, longo caminho…

Mas acreditem, faço estes posts não porque não gostasse que eles fossem verdadeiros ou para vos dar boas notícias mas porque tenho que sonhar para viver…